domingo, 15 de agosto de 2010

Atividades encerradas.

Blog desativado.

domingo, 25 de julho de 2010

Forever change

Long way to ruin
taken to the end.

Pain lasts forever,
life does not.

Make a choice,
be the change.

The World'll never be the same, again.

A sea of tears will never support life.
An ocean of blood won't bring any smiles,
to no one.

Pain lasts as long as something's wrong,
or incomplete,
or empty,
or confusing.
The cause may be unknown, whatever.

Pain may bring awareness,
may bring sadness,
may bring what is needed
to change everything, one more time.

Being exposed to pain long enough
can make you see peace in war.

Better leave pain behind
while you can't see war in peace.

Anyway,
as long as I live
the changes will be within.

domingo, 27 de junho de 2010

In between

Nem céu.
Nem inferno.
No meio,
sempre no meio.

Conversas com anjos,
apostas com demônios.
Mas mal visto por ambos.

Não ser bem-vindo no céu,
nem no inferno
é um incomodo.

Ficar vagando por todos os lugares
perguntando-se onde irá passar a noite
é um tormento.

Ser morto diversas vezes
e ainda ter que carregar os mesmos fardos,
ser iludido pelas mesmas esperanças,
voltar para o mesmo lugar de onde provém.
Isso é uma verdadeira tortura.

sábado, 12 de junho de 2010

Bipedia da ameba

Visão falha.
Vê o que não existe
e despreza o que está bem a sua frente.

Raciocínio ineficiente.
Não trabalha com causas e consequências,
rejeita o obvio,
intensifica os problemas que deveria solucionar.

Mente insana.
Faz com que alucinações se tornem realidade,
fantasmas se tornem pessoas,
esperanças se tornem o futuro.

Uma mente de invertebrado trajando um organismo humanóide.
Uma mente que escolhe não ser escolhida.
Escolhe viver sozinha no alto de uma montanha nevada,
"a procura de tudo o que é estranho e problemático na existência,
de tudo o que até agora foi banido pela moral".

Sobreviver a situações bélicas
e cair em clichês infantis.
Isso é o apogeu do ridículo.

Apesar de tudo,
a mente nunca é estática.

Sempre será possível o autoquestionamento
e a mudança será uma consequência inevitável.

Mas será a mudança uma evolução,
ou uma simples mutação?

Cabe a ela própria dar alguns passos para trás
e analisar os fatos vistos de cima.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Back to where I belong

Vários lugares.
Várias pessoas.
Várias situações:
Ruins, boas, marcantes, rotineiras, entediantes, empolgantes.

Tudo, todos, sempre, nunca.
Muito rápido.

Um momento passa mais rápido do que um pensamento.
A realidade é mais louca que o delírio mais intenso
do mais louco dos loucos, no hospício mais perigoso.

Não há o que fazer,
não há o que pensar.

Ao som de um estalar de dedos alheio,
tudo se transforma.
Novas regras agora regem a realidade.
Não que elas necessariamente sejam declaradas.

Mas por mais que tudo mude em instantes,
por mais que tudo fique de ponta cabeça
o final é sempre o mesmo.

A única certeza
é o nada.

Por mais que a viagem seja longa,
louca, rápida, lenta. Qualquer que seja.
O destino é um só.

O lugar de onde vim
e de onde nunca deveria ter saido.

Pelomenos
ao final de cada viagem
encho minha bagagem
e minha memória
de coisas que
talvez sejam úteis para alguém um dia.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Over and over again

Antes uma morte instantânea,
um corpo vaporizado em microssegundos
do que uma vida numa masmorra
fria e escura,
sem saída.

Canso de ouvir a mesma música
sem parar, toda hora.

Canso de olhar para sempre os mesmos quadros,
as mesmas faces de porcelana.

É como ficar preso em um museu sozinho.
Sabe-se exatamente onde cada quadro,
cada obra está. E não há nada que se possa fazer
para mudar o que aconteceu.

O que aconteceu sempre se repetirá,
todos os dias, toda hora.
É isso que é um museu,
sempre tudo igual.
Uma instituição de caráter permanente.

Ironicamente,
a solução para esse inconveniente
vem do passado,
de um passado tão ruim quanto esse museu-masmorra.

Uma simples pá,
para enterrar esta instituição falida.

Caso a instituição não possa ser enterrada,
ao menos posso ser enterrado,
nem que ainda esteja vivo.

domingo, 16 de maio de 2010

Saldo, positivo ao menos

Algo bom, enfim.

Poder separar as coisas,
organizá-las em causas e consequências.

Descobrir quais pequenas coisas
fizeram a diferença.

Identificar a borboleta cujo bater de asas
causou o grande furação em um lugar distante.

Descobrir quais erros foram ocasionais
e quais foram intrínsecos.

Poder olhar tudo isso de cima
é realmente um privilégio

Só é possível reconstruir uma alma alheia
quando a sua própria se encontra em bom estado.

Só é possível reconstruir uma casa com um corpo vivo.
Só é possível reconstruir uma cidade, com uma casa que esteja de pé,
com um bom lugar para dormir.

Os melhores conselhos
saem da boca de quem um dia não pode falar.

Só quem sabe o que é a dor pode consolar quem sofre dela.
Só quem já viveu o suficiente sabe no que se apoiar.
Só que já teve dúvidas pode dar uma boa resposta para outras pessoas.

Só se nota o valor dos conselhos
quando o pior já aconteceu.

All in all I got nothing to hide.

sábado, 1 de maio de 2010

Mudo

Tudo mudando,
sempre mudando.

As pessoas mudam.
O cenário muda.
A mente muda.
O mundo muda.
E eu, mudo.

Mudo, sou incapaz de dizer quem sou.
Mudo, logo não sei quem sou.
Só sei que mudo.

Mudei.
Mesmo não sabendo direito quem era,
sei que não sou mais quem era antes.

Sei que mudarei.
Não importa quem sou, ou quem tiver sido.

Isso me faz pensar:
o que fazer para conhecer quem sou e o que me rodeia?
Alias, pra que quero saber quem sou e o que me cerca,
uma vez que tudo irá mudar cedo ou tarde?

Interessante,
com isso vem mais algumas perguntas:
como conhecer o que te cerca, se não conhece a você mesmo?
Como lidar com o mundo se não o conhece?

Preciso aprender a lidar com isso.

Simples!
Basta observar,
compreender
e descrever como as mudanças ocorrem.

Assim qualquer derrota pode se tornar vitória,
qualquer lugar ruim torna-se um lar,
qualquer pessoa torna-se um irmão ou irmã.

Mas antes,
preciso encontrar algo
que não mude tão rápido
para que eu possa me apoiar
e começar a mudar,
de novo.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dried up

Tiros vindo de todos os lados
qualquer um pode te matar
a qualquer momento.

O sono é o prenuncio da morte.
Num piscar de olhos,
sua vida pode mudar completamente.
Você pode não ter mais pernas para andar,
nem olhos para ver, nem orelhas para ouvir,
nem boca para falar, nem coração para te manter vivo.

Isso é a guerra.

Pior, é quando ela ocorre dentro da sua cabeça.
Ela não existe, mas está em todo lugar.
É silenciosa, mas nunca te deixa dormir.
Não dá pra confiar em ninguém.

Confiar esperando ser traido.
Levantar quem caiu
esperando o punhal escondido aparecer,
brilhar contra a luz do sol
e drenar o coração desprevenido.

Agir assim é conveniente em tempos de guerra,
mas quando é tempo de paz
esse comportamento tem um preço alto demais.

Diga adeus a sua lucidez,
paciência,
racionalismo,
carisma,
simpatia,
personalidade.

Tudo

sábado, 10 de abril de 2010

Valor esperado

"Em teoria das probabilidades,
o valor esperado (ou esperança, ou expectância)
de uma variável aleatória é a soma das probabilidades
de cada possibilidade de saída da experiência
multiplicada pelo seu valor.

Isto é, representa o valor médio 'esperado'
de uma experiência se ela for repetida muitas vezes.
Note-se que o valor em si pode não ser esperado no sentido geral;
pode ser improvável ou impossível."
(Wikipédia)

Simples assim.

Sente-se na mesa,
olhe para cada jogador,
leia-os,
avalie suas jogadas,
leia suas mãos,
crie um modelo de seus comportamentos.

A partir do modelo criado,
preveja jogadas,
decisões.

Siga o modelo, à risca.
Abandonar o modelo,
não confiar na leitura
é um passo para a derrota.

Assim não existem surpresas,
frustrações,
excitações,
nem decepções.

Tudo sempre ocorre como o esperado,
mesmo com "bad runs" aparentemente crônicas.

E cada evento
terá o seu valor atribuído corretamente,
sem surpresas, sem frustrações.

Muito simples.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sober, after all

Dito e feito.
Oportunidade para erro, erro cometido.
Nunca sei por que esses erros se repetem.

Uma piada do acaso?
Algo por trás de outra cabeça?
Algo por trás de mim mesmo?

Não consigo pensar em respostas.
Então penso em possibilidades.

Fazer o que já deveria estar fazendo a muito tempo.
Pensar em fatos, não em sentimentos.
Pensar em ações, não em pessoas.
Pensar, não sentir.

Parar de pensar no que passou
e começar a pensar no que está por vir.
Parar de lamentar
e começar a pensar em evitar merdas.
Não se arrepender, aprender.

Ganha-se quando os outros não sabem o que se passa em sua cabeça.
Ganha-se quando se sabe o que se passa em cabeças alheias.
Caso contrário, perde-se.
Isso no poker.
É algo que faz sentido.

Sem mágoas, sem esperanças, sem decepções.
Sem afetos, sem desavenças.
Sem alegrias, sem tristezas.
Sem ressentimentos.

Only two eyes wide open, whatever it takes.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Vazio, tudo igual

Fraco demais para pensar.
Fraco demais para questionar.
Um mero lampejo de pensamento
paralisa qualquer tentativa de progresso.

Mesmos pensamentos
se passando e repassando
pela mesma caixa craniana oca.

Mesma praia.
Cada grão de areia exatamente no mesmo lugar de antes, intocados.
Nenhuma brisa foi registrada nos últimos tempos.
Nenhuma maré foi avistada desde que o silêncio começou.
Nenhuma onda ousou agitar o mar calmo, quase morto.

Nada acontece, apenas se repete.
Nada novo, apenas o conhecido vazio mostra sua cara.

Por mais que cada dia seja um novo dia
o fim dele já está escrito.

Por mais que coisas inusitadas aconteçam,
as consequências são sempre as mesmas.

Por mais que estejam claras as condições de contorno
sempre me esbarro com o muro que conheço desde sempre.

Por mais que os limites impostos sejam bem conhecidos,
fico frustrado ao não conseguir atravessá-los.

Não há possibilidade que não tenha sido levada em conta,
não há consequência que não tenha sido mensurada,
não há nada que não tenha sido pensado e repensado
diversas vezes, consumindo vigorosamente meu sono,
meus sonhos, minha mente.

Objetivos são só futuras frustrações,
otimismo é um amplificador para a depressão,
esperanças são apenas lâminas a serem cravadas no peito.
Cada movimento dos ponteiros é um pedaço da vida
que se esvai.

O fim disso seria apenas um alívio na hora certa.

domingo, 28 de março de 2010

Gauche

"Vai, ser gauche na vida"
Já dizia um anjo torto.

gauche (gau-che )
gauche(gôx) adj (fr) Indivíduo tímido, incapaz, sem muita aptidão.

Indivíduo deslocado,
à esquerda dos acontecimentos.

Errado por querer o que quer,
ruim por ser o que é,
falso por falar o que fala,
idiota por pensar o que pensa
infrator por estar onde está.

Existência insuficiente,
presença insatisfatória,
personalidade perturbadora,
companhia dispensável.

Incompatível com o mundo,
por definição.

Nunca tem seus sonhos concretizados,
causa apenas pesadelos alheios.

Incapaz:
de planejar o futuro;
de falar o que pensa;
de fazer o que fala;
de pensar no que fez.

Nada é a rotina.
Tudo é apenas uma falsa esperança,
a primeira que mata.

Qualquer conversa é um risco a ser tomado,
qualquer carícia é motivo para preocupação,
mesmo a sobra de um gauche o evita.

Solidão é o normal,
companhia é sempre um erro.
Complexo de porco-espinho é o padrão.

Julgado por ser,
condenado por existir.

Para outros,
ser gauche já é motivo suficiente
para não viver.

Para mim, apenas mais um fato a ser levado em conta
para conseguir tudo o que esse mundo pode me oferecer.

terça-feira, 23 de março de 2010

And in all the madness...

Que mundo engraçado.

Nunca temos tudo o que queremos,
nunca somos bons o suficiente,
nossos problemas sempre
são os maiores e os insolúveis.

Silencio minha tempestade,
guardo minhas mágoas,
recolho os cacos de mim mesmo
cada vez que sou mutilado
por ter sonhos inalcançáveis.

Escondo meus ferimentos
em meio ao mar de sangue
que me rodeia.

Crio a imagem nos outros
de que nunca fico ferido,
e que não tenho sentimentos.

Excelente, isso é minha meta.

Só temo me perder nessa situação.
Onde termina a perseverança
e começa a teimosia?

Até onde posso lutar pelo que quero,
sem ser em vão?

Velha linha entre coragem e loucura
de novo fica invisível aos meus olhos.

O que poderia mudar
um par de orelhas
ouvirem meia dúzia de palavras soltas
e sinceras.

Não faço idéia, realmente.
Gostaria de saber,
ou ouvir o esperado.

Não sei quanto tempo viverei,
mas certamente será tempo o suficiente
para criar muitos problemas para mim mesmo.

sábado, 20 de março de 2010

Livre

Mais uma parte do óbvio
que nos é esfregada na cara
todos os dias
mas sempre a negaremos.

Livre?
Tenho certeza que ninguém é.
Nem sei se a palavra 'liberdade'
deveria existir.
Simplesmente não faz sentido algum.

Sou tão livre
quanto minha mente puder enxergar,
meu coração me conceder
e meu dinheiro me permitir.

Sou tão livre para falar o que penso
quanto os outros são para me ignorarem.

Sou tão livre para fazer o que bem quero
quanto os outros são para me julgar
e me condenar.

Sou livre para amar,
assim como todos são livres para me desprezar.

Sou livre para escolher.
A vida é minha, faço o que quiser dela,
apenas devo pagar o 'preço'
por cada escolha.

E não há como pagar o preço sem dinheiro, certo?
Logo preciso abrir mão de meu tempo,
da minha própria vida, preciso trabalhar
para poder quitar minhas dívidas
e assim ser livre.

Tenho o direito de ser feliz,
mas o mundo tem o direito de tirar de mim qualquer coisa,
já que tudo o que já tive
um dia foi dele.

"A vida é preciosa e curta demais para ser desperdiçada."
É, realmente essa frase é bem ridícula.

O tempo em que não estamos fazendo algo "importante"
(escola, faculdade, trabalho, família, filhos, etc.)
Estamos nos preocupando com elas.

Relatórios a fazer,
matéria a ser estudada para a prova,
testes a serem feitos,
casas a serem limpas.

Preciosa?
Hahaha.

Tão preciosa quanto bosta.
Pode fazer crescer desde uma pequena flor
até uma árvore centenária,
mas poucos se atrevem a chegar perto de merda,
os corajosos (ou loucos?) o fazem de luvas.

Por isso, carpe diem.
Aproveite seu tempo livre.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Acredite se quiser

Falar algo em particular
para alguém em particular
pode ser realmente difícil.

Mais difícil que aprender uma nova língua do zero,
que falar para uma grande multidão,
que defender um réu culpado,
que levar um soco na cara,
que viver com uma espada cravada no peito.

É muito difícil mesmo
não há parâmetros
para expressar o quão difícil é de fato.

Mesmo com todas as possibilidades levadas em conta,
mesmo com toda conversa sendo
constantemente simulada dentro da mente,
mesmo já tendo uma resposta esperada,
mesmo sabendo das consequências do diálogo.

É difícil, irracionalmente difícil.

Nunca será possível
estar preparado o suficiente para isso.

A linha entre a coragem e a loucura fica cada vez mais fina,
em breve totalmente invisível, talvez inexistente.

Não há mais lógica que faça sentido,
não há mais olhos para ver,
ferramentas para usar,
chão para apoiar os pés,
nem ar para respirar.

Nenhum alívio,
nenhum sonho,
nenhum pensamento.

Apenas medo, agonia, ansiedade.

Viver nas sobras da incerteza
ou partir para uma nova vida
apenas com a roupa do corpo?

Difícil decidir,
ainda mais quando se está completamente irracional.

domingo, 14 de março de 2010

Mesa de poker

Procurando uma mesa pra sentar.
Me pergunto:
"posso quebrar essa mesa?"

Se sim, sento.
Se não, procuro a próxima mesa.

Todo o histórico da mesa
é irrelevante para minha decisão.
Assim como o que os outros poderiam ter feito nela
e não fizeram.

O que realmente importa
é fazer dinheiro.
O máximo possível.

O que realmente conta
é a minha capacidade
de atingir meu objetivo.

Simples assim,
agora só falta achar uma boa mesa
para jogar
esta noite.

(Simples pensar, difícil agir.)

Realmente preciso me livrar de alguns pensamentos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Meia verdade

Pior que uma mentira bem contada
só uma meia verdade.

Mais cruel que articular argumentos
que façam sentido
só mostrar uma verdade conveniente
e ambígua, que possa ser comprovada.

Antes uma noite fria e nublada
do que um eclipse solar
no dia mais quente do verão.

"Omitir não é mentir."
Realmente não é,
é pior.

Grande blefe
que provê rios de dinheiro
nos cassinos e nas vidas.
E cega os perdedores.

Grande carapuça preta
do carrasco decapitador.
Que esconde qualquer remorso.

Grande retórica
que contesta e contorce
valores e a justiça.
E esconde o caráter dos inocentes condenados.

Grande propaganda
que lucra vendendo coisas desnecessárias.
E esconde grandes ideias.

Grande falácia
que toma o lugar do pensamento crítico.
E que esconde fatos importantes do grande público.

Grande merda
que domina qualquer pensamento.
E que esconde toda felicidade.

Interessante ver como o mundo funciona.

VDM.

terça-feira, 9 de março de 2010

Back to basics

Qual a diferênça
entre loucura e coragem?

Linha tênue.
Prefiro enxergá-la por ferramentas,
não pelos olhos ou pelo coração.
Muito menos pela minha mente vazia e volúvel.

Mais uma vez,
e por incrível que pareça
o poker é uma boa ferramenta
para a tomada de decisões.

É um conceito básico,
mas fundamental para a vitória.

Chama-se "pot odds".
Basicamente, consiste na relação
entre a última aposta feita por você ("bet")
e o dinheiro na mesa antes dessa aposta ser feita ("pot")
com a probabilidade de vencer a rodada.

Por exemplo:
o "pot" está com $50
e sua aposta é de $10,
logo tem-se 5-1 de "pot odds".

Caso sua chance de vencer a rodada
seja maior do que 5-1
(5 eventos possíveis para 1 evento favorável)
é correto dar "call"
(pagar a aposta).

Em outras palavras,
para toda decisão tomada
deve-se considerar o que se ganha
caso a vitória ocorra,
e o que se perde
se ocorrer a derrota.

Muito óbvio tudo isso,
mas é impressionante
como nunca temos isso em mente.

E o pior,
quando sabemos disso há tempos
e mesmo assim cometemos erros,
seja por falta de atenção,
seja pelo momento em si.

O futuro é incerto,
Mas há como se minimizar as perdas
e maximizar os lucros.

Como já havia escrito antes,
basta se perguntar:
"o que considerar quando tomar essa decisão?"

É uma parte do óbvio realmente muito útil.

domingo, 7 de março de 2010

Grande escolha

Reflexão instantânea.

Não há nada de errado em ser humano,
em cometer erros,
em ter sentimentos.

Isso apenas impede
que o máximo de lucro seja atingido.

Nunca um sentimento poderá levar
um jogador ao topo.

Não se usam sentimentos
para calcular máximos e mínimos.
Usa-se a razão, a lógica e a matemática.

Aos olhos do sentimento,
nada é simples
nada é certo
tudo é complicado
tudo é um erro a ser cometido.

É uma tortura mental
que pode afetar outras pessoas também.

É simplesmente injusto,
quem não tem os pensamentos contraditórios
sofre as consequências mesmo assim,
por culpa da fraqueza alheia.

Insegurança, medo, confusão, indecisão,
remorso, arrependimento, desespero.
São efeitos colaterais dos sentimentos.

Enquanto frieza, precisão, rapidez de raciocínio,
confiança, decisões corretas, sucesso.
São consequências do raciocínio lógico.

É uma escolha difícil,
mas difícil ainda para mantê-la.

A frieza da razão, pode trazer um grande vazio.
E apesar de todas as escolhas forem corretas,
não há mais satisfação ou felicidade.

Enquanto o calor dos sentimentos
pode trazer tanto a felicidade plena
quanto a profunda depressão.

Uma vida cheia de altos e baixos,
ou uma vida constantemente em preto e branco.
A escolha cabe a cada um.

Erro

Uma pessoa,
um momento,
uma ação,
um sentimento,
um pensamento.

A lógica é desprezada,
o futuro não existe,
o passado não importa.

O momento dura para sempre,
toma conta da memória.

Nada faz sentido,
tudo é um grande erro.

Mas o que seria o erro exatamente?
A pessoa?
O momento?
A ação?
O sentimento?
O pensamento?

Nada deveria ser como é,
não deveria mesmo.

Mas por quê?
Seria isso tudo errado?
Seria eu mesmo um grande erro?

Trocar o tudo pelo nada
é inaceitável,
mas é real.

Pensamentos contraditórios são ridículos,
mas desde que não saiam da minha cabeça,
sou livre para admirá-los.

Desde que não machuque ninguém,
posso pensar o que quiser.

Posso usufruir da minha liberdade limitada
dentro da minha mente.

Posso pensar de forma contraditória
sem agir da mesma maneira.

Posso ser um homem
com mente de garoto?

Sinto que estou regredindo
deixando pensamentos contraditórios
e sentimentos descartados
tomarem o lugar da razão
e da lógica.

Espero que ninguém além de mim mesmo
se machuque por causa disso tudo.

Mas mesmo não sendo maldade.
Apenas sentimentos, seria eu culpado?

Por que tudo isso é errado?
Seria regressão ou evolução?
Construção ou destruição?
Devo ser culpado e punido por ser humano?
Nada é tão simples quanto parece.

Realmente, sou um grande erro.

sábado, 6 de março de 2010

Bad beat

Importante conceito no poker:
Bad beat.

Uma "bad beat" é quando se joga corretamente,
com a probabilidade ao seu lado
(com "best of it")
mas mesmo assim perde-se a aposta.

Por exemplo:
Em um "heads-up",
(apenas você e um oponente estão apostando)
você tem 94% de chance de vitória.
Você é o grande favorito para levar o "pot".

Mas bem no "river" vira a carta que seu oponente precisava
e você perde, mesmo agindo corretamente,
com taxa horária de lucro positiva
(ev+) e vencendo a longo prazo.

Isso é um grande desmotivador
para os iniciantes.
Muitos jogadores abandonam o poker
por causa de algumas "bad beats".

Isso realmente
é algo que exige certa maturidade
do jogador.

Para um jogador sério
uma "bad beat" é apenas mais uma mão perdida.
Ele tem consciência que jogou corretamente
e que vencerá a longo prazo
caso continue agindo dessa forma.

Isso também desvirtua as pessoas.
O valor da honestidade e do caráter
são questionados
quando se olha o lucro imediato.

Escolher o lucro imediato
tem o preço da incerteza.
Nunca poderá confiar em ninguém,
uma vez que ninguém deveria confiar em você.

Escolher o lucro a longo prazo
tem o beneficio da certeza.
Tudo o que for conquistado
será duradouro e verdadeiro,
mas com certeza em pouca quantidade.

Não é uma escolha simples,
para ser tomada
deve-se ter uma clara visão de mundo
e de si mesmo.

Ter essa visão leva tempo
e custa caro.
Mas ainda é mais barato
do que o preço de uma escolha errada.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

World wide suicide

"I felt the earth on Monday.
It moved beneath my feet.
In the form of a morning paper.
Laid out for me to see.

Saw his face in a corner picture.
I recognized the name.
Could not stop staring at the.
Face I'd never see again.

It's a shame to awake in a world of pain
What does it mean when a war has taken over?

It's the same everyday in a hell manmade
What can be saved, and who will be left to hold her?

The whole world...World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world...World over.
It's a worldwide suicide.

Medals on a wooden mantle.
Next to a handsome face.
That the president took for granted.
Writing checks that others pay.

And in all the madness.
Thought becomes numb and naive.
So much to talk about.
Nothing for to say.

It's the same everyday and the wave won't break
Tell you to pray, while the devils on their shoulder

Laying claim to the take that our soldiers save
Does not equate, and the truth's already out there

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

Looking in the eyes of the fallen
You got to know there's another, another, another, another
Another way

It's a shame to awake in a world of pain
What does it mean when a war has taken over

It's the same everyday and the wave won't break
Tell you to pray, while the devils on their shoulder

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide.

The whole world,... World over.
It's a worldwide suicide."

(Vedder & Gossard, Pearl Jam)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Reflexo, reflexões

O homem injusto:
falas as verdades, mas apenas as que lhe são convenientes;
age pensando na aprovação dos outros;
tem grande visão do mundo, pode ver a tudo e a todos,
mas não gosta de espelhos;
tenta controlar tudo e todos, teme o improvável;
não admite a derrota, a despreza;
vê o tombo dos outros como comédia, não ensinamento;
ter um ego exuberante e inflado é sua prioridade;
não respeita o pensamento alheio, trata-o como inferior;
fala uma coisa, faz outra.

O homem justo:
fala as verdades, todas, independentemente de ser orgulho ser ferido;
age pensando no equilíbrio, pondera a si mesmo em respeito aos outros;
admite ter uma visão de mundo menor do que acha que tem,
espelhos são seus maiores aliados;
tenta controlar a si mesmo, tem sempre a probabilidade ao seu lado;
admite a derrota, mesmo que contra a vontade,
as respeita e as registra;
vê o tombo dos outros como uma oportunidade
de aprender e ensinar, além de mostrar seu valor;
ter uma consciência limpa, mesmo que invisível aos outros,
é sua prioridade;
respeita o pensamento alheio, tenta extrair o que há de melhor nele;
pensa antes de falar, age conforme seus princípios e palavras.

Muita sorte
achar um espelho
enquanto ainda tenho olhos para enxergar.

Muita sorte mesmo.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

The GAP Concept

Mais uma grande lição
vinda do poker.

O GAP Concept consiste na
diferença entre a quantidade de mãos "jogáveis" quando se abre um "raise"
quando comparada a quantidade dessas mãos para pagar um "raise" de outro jogador.

Ou seja,
existem muito mais mão jogáveis quando se dá um "raise"
do que quando se tem que pagar um "raise" de outro jogador.

Em outras palavras,
é muito mais fácil mostrar força para intimidar
do que para desafiar uma pessoa supostamente forte.

Não parece ser uma
coisa muito aplicável à vida cotidiana.
Mas penso que esse conceito é vital
para a formação do caráter.

Já ouvi esse conceito
em uma linguagem não-poker.
É o famoso:
"Fácil falar, difícil fazer"

É sempre mais fácil criticar quem faz
do que desafiá-lo a fazer melhor,
uma vez isso expõe você e seus valores
à crítica alheia.

Poucos "dão a cara à tapas".
Desafiam argumentos construídos por autoridades.
Correm o risco de terem seus argumentos contestados,
ou até destruídos.

Essa foi a minha mais recente escolha.
Que tipo de forte quero ser?

O forte que impõem o seu valor
e intimida quem discorda dele,
ou o forte que ouve antes de falar
e que mostra sua força apenas
para manter o equilíbrio?

Não é uma escolha fácil de fazer,
e muito menos de manter.
Acho até relativa essa escolha,
pra mim depende em qual mesa se joga.

Mas é justamente ai,
onde se descobrem os "fortes".

Citação pertinente:
"Você nasceu com duas orelhas e uma boca, use-os nessa proporção."
(Ditado chinês)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Convergência

Minhas migalhas de pensamento
estão convergindo para algo maior.

Não sei ainda o que é,
mas tenho uma vaga impressão do que seja.

Sempre que penso em algo,
vejo que isso já foi lido ou escrito
por mim antes.

Vejo que, de fato,
tenho colocado em prática
aquilo que descobri.

Tenho agora um novo filtro para as pessoas.
Posso diferenciá-las em duas categorias:
as que engolem minhas mentiras
e as que não engolem.

As que engolem minhas mentiras,
vivem de aparências,
tem visão de curto alcance,
priorizam quem estiver ao ser redor
e não quem as têm como prioridade.

As que não engolem minhas mentiras,
me desmascaram,
me dizem o que já havia pensado
e ainda podem contestar meus pensamentos.

Realmente aprecio
quem não engole minhas mentiras.
E certamente não desprezo quem as engole,
apenas espero que um dia possam me desmascarar também.

Não tenho direito algum
de fazer com que os outros mudem.
Não posso derrubar crenças
que sei que são falsas.
Seria errado, seria um desrespeito
ao pensamento alheio.

Seria simplesmente um julgamento.
Achar que meu pensamento é superior
e condenar quem discordar dele.

Alias,
como seria possível
se sentir superior
por enxergar uma fração do óbvio
e juntar meia dúzia de migalhas
de pensamento?

Realmente,
sou lazarento bem azarado
por escolher a verdade
ao invés da felicidade.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Imagem e objeto

A verdade é ácida
e deve ser administrada em doses homeopáticas
para a maioria das pessoas.

Não posso simplesmente
falar o que penso
e revelar minha sinceridade plena,
que pra muitos não passa de um soco na cara.

Não posso mostrar quem sou
para quem não tem olhos para me enxergar.

Mostrar quem sou
para quem apenas me vê
é ser arrogante,
egoísta,
pessimista,
estúpido,
"grosso".

Essa é a minha imagem
que se forma nos ocelos da maioria.
E eu sei disso.

Basta agora,
aprender a lidar com os outros
da maneira como eles são.

Já sei há um tempo
que não posso mudá-los,
mas posso mudar a mim mesmo.

Para não deixar de ser quem realmente sou,
e para não atrapalhar minhas tentativas
de descobrir a pessoa que realmente sou,
farei uma máscara.

Ao gosto da maioria
uma mentira sobre mim mesmo
muito bem contada.

Vou torcer
para que alguém possa me desmascarar.
Os que conseguirem,
terão seus olhos abertos
sem que eu tenha uma imagem ruim
e equivocada.

Penso fazer algo parecido
para o meu Museu de memórias
e para meu livro da vida.

Mas isso tudo leva tempo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Verdade nua e crua

Há tempos ouvi:
"Perdi metade da minha vida tentando ser o melhor. Querendo ser o melhor no tênis, o melhor em matemática, etc. Mas vi que o que realmente deve ser feito, é descobrir quem eu realmente sou."

Não foi com essas exatas palavras
que eu ouvi, mas tirei da série Zeitgeist.

As palavras mexeram comigo no momento,
mas só agora (lendo coisas nada a ver)
que eu realmente entendi o que elas significam.

Pra começar,
quando nascemos
não sabemos
quem são nossos pais,
o lugar de nosso nascimento,
a data do nascimento
nem nossos nomes.
Não sabemos NADA.
Somos uma folha de papel (totalmente?) em branco.

E durante a vida,
temos uma educação esquisita.
Na vida, somos pressionados para sermos os melhores,
ou ao menos os melhores que pudermos.

Devemos ser bons nos esportes,
nas matérias/disciplinas
do colégio/faculdade,
nas atividades extracurriculares.

Até as outras pessoas exigem nosso empenho.
Quem quer ser amigo de um idiota?
Quem quer ficar com um idiota?
Quem quer casar/ter filhos/ser filho de um idiota?

Acho que a maioria evita contato com "idiotas".

Mas o que fazemos na vida
é apenas aprender o que as outras coisas são.
Sabemos (ou deveríamos saber né)
o que é um réptil,
uma monocotiledonea,
um triângulo,
um elétron.

Mas não sabemos o principal:
quem realmente somos.

Não culpo a escola
por não nos ensinar isso.
Até porque nem imagino
como isso poderia ser ensinado.

Há quem diga
que aprendemos isso na
"escola da vida".

Que na verdade não é escola coisa nenhuma,
não passa de tentativa e erro
pura e simplesmente.

Podemos saber
se gostamos ou não de futebol,
mas isso não passa de adaptação
a um molde.

A vida é um teste vocacional,
ou você serve
ou voce não serve
para determinada atividade.

Algo que deveria ser
o ponto de partida
para sabermos como viver
foi deixado de lado, esquecido.

Se soubéssemos quem somos,
poderíamos usar todo nosso potencial.
Insegurança, medo, escolhas erradas
seriam coisa do passado.

Faríamos o que nos agradasse,
e ainda sim teríamos sucesso
em todos os aspectos da vida.

Mas como fazer isso?
Como descobrir quem realmente somos?

Não sei se existe um método eficaz
para responder essa pergunta.

Mas fico com os métodos lentos:
Tentativa e erro,
ajuste à moldes feitos por outros,
convivência com pessoas diferentes.

Não sei se vou me dar bem com isso,
mas tenho certeza que esse caminho
é mais promissor do que o que eu sigo atualmente.

Não sei se vou conseguir descobrir
quem realmente sou.
Mas sei que terei boas surpresas
na tentativa de descobrir.

Citação interessante:
"Bob Marley não é meu nome. Eu nem mesmo sei meu nome ainda."
(Robert)

domingo, 31 de janeiro de 2010

Colcha, colchas

Cada vez que me olho no espelho
fica mais clara
a contribuição dos outros
para a minha formação.

Vejo nitidamente,
em mim mesmo,
(que mais pareço
uma colcha de retalhos)
cada trapo que me foi costurado
por quem tive a felicidade de conhecer.

Até mesmo quem nunca conheci,
costurou seu trapo em mim.
Através de suas idéias,
que foram a linha e a agulha.

Posso ver também
os trapos que costurei
nas colchas dos outros.
Tenho lentes que fazem
nítida a imagem dos outros,
e clara a minha contribuição
para a metamorfose alheia.

Ainda não tenho os binóculos
para poder ver se minhas idéias
foram a linha e a agulha
para alguém que não conheço.
Mas em breve terei.

Fico plenamente satisfeito
em ver meu trapo
fazendo parte da colcha do mundo.

Fico feliz também
em ver o que me tornei
graças aos trapos do mundo.

Só espero
que não se fume.
Para que não ocorram grandes incêndios.
Assim todos os trapos
serão conservados.

Caso grandes incêndios ocorram,
espero que os trapos seja ao menos lembrados
para que se tenha a esperança
de um dia os trapos voltem a existir.

Sem trapos e sem a esperança,
teremos a infelicidade de perceber
que sem eles,
somos apenas pequenas ilhas
espalhadas e distantes.

E que o mar há de nos engolir.

Resumo

Parto, vazio, tragédia, pensamento, verdade, progresso, alívio, filosofia, dúvida, reflexão, compreensão, evolução, ciência, psicologia, sorte, novo, visão, reescrever, angústia, amigos, livros, resposta, loucura, dor de cabeça, risos, cansaço. Até quando vai essa viagem? Haverá sempre a tempestade depois da calmaria? Estou sempre de passagem, mas de onde e para onde? Qual a próxima parada? Engenharia? Vida? Chegada? Ah lá sei eu, vou arranjar um lugar para dormir, esta noite. Amanhã eu penso nisso.
Quote: "What does it mean when a war has taken over?"
It's hell manmade.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Poker parte 3 - Princípios

Qualquer jogador que se preze
segue alguns princípios básicos
e não se deixa levar pela sorte.

Existe até mesmo
um teorema fundamental do poker,
por incrível que possa parecer.

O teorema diz:

Toda vez que você joga uma mão diferentemente da maneira que você jogaria caso pudesse ver as cartas de seus oponentes, eles ganham. E toda vez que você joga uma mão do mesmo jeito que você jogaria caso pudesse ver as cartas de seus oponentes, eles perdem. Inversamente, Toda vez que seus oponentes jogam suas mãos diferentemente da maneira que eles jogariam caso pudessem ver suas cartas, você ganha, e Toda vez que eles jogam suas mãos da mesma maneira que eles jogariam caso pudessem ver suas cartas, você perde.
(tirado do livro The Theory of Poker, de David Sklansky)

Com isso em mente
(o que 99% dos jogadores do mundo não tem)
o maior desafio é colocar isso em prática.

Mesmo os profissionais mais experientes
ocasionalmente agem de maneira dita "errada".

Mas esse "erro" é relativo,
já que o seu autor não tinha conhecimento
de quais cartas seu oponente tinha na mão.

Seria um erro de fato,
se ele soubesse quais cartas ele tinha na mão.
Dessa forma iria contra o teorema,
que parece mais ser tido como um mandamento.
E paga-se caro (literalmente) pelo "pecado".

Outro fundamento importante: postura.

Todo jogador sério
busca encontrar um padrão
na jogada de seus adversários.

Jogadores "tight"
(uma espécie de 'pão duro', nunca faz grandes apostas)
costumam não arriscar
e tem uma tendencia para dar
"fold" ou "call",
mas quase nunca "raise".

Jogadores "loose"
(uma espécie de quem 'não liga pra dinheiro',
alguém que esbanja fichas em apostas)
têm uma postura mais agressiva
e tem tendencia para dar
"raise" ou no mínimo "call",
mas difícilmente "fold".

Qualquer mudança no padrão
do comportamento dos advesários
é extremamente relevante.

Pode te dar uma grande pista
e te ajudar muito em sua "leitura"
de mãos e de oponentes.

Tudo isso parece bem óbvio, não?
E realmente é.
Mas o que torna esses conceitos
realmente interessantes
é a dificuldade em aplicá-los na prática.

E acima de tudo,
ter confiança em sua "leitura".
Mesmo quando ela vá contra a sua intuição.

Assim, você abrindo mão de sua insegurança,
você pode jogar a insegurança de seus oponentes
contra eles mesmos.

O principal,
e talvez o único
objetivo do poker é:
fazer dinheiro.

Então,
faça da fraqueza dos outros o seu lucro.

Isso é um poker vencedor.

PS: Eeeeita joguinho maquiavélico do mal,
bom saber a malangragem
para não ser vítima do malandro.

Poker parte 2 - Jogador

Um amador,
que nunca foi muito amante de poker,
assistiu um amigo
se tornar um jogador sério.

A princípio,
nada relevante.
Grande coisa,
a ele não interessa o que se passa
na vida dos outros.

Mas com o passar do tempo,
esse novo jogador sério
foi conquistando seu respeito
com sábias palavras
e valiosos conselhos.

Até que um dia,
por pura curiosidade,
o amador resolveu ler livros
sobre a nova paixão do jogador sério,
obter o conhecimento direto da fonte.

Antes mesmo de bater os olhos na primeira página,
o amador ao ler os comentários sobre os livros
se fascina
com a habilidade e conhecimentos
que esses livros podem oferecer.

Depois de ler as dez primeira páginas do primeiro livro,
o amador já passou para outro nível.
Já estava mais distante da massa,
do senso comum,
e da influência da sorte.

Quanto mais se lia,
mais empolgava-se o amador.
E mais se viciava em obter todo esse conhecimento.

O jogador amador
nunca colocou seu novo conhecimento em prática,
com cartas.

Assim como deve ser feito no jogo,
o novo jogador
sempre buscava lucrar o máximo possível
e minimizar suas perdas.

Cada pessoa com quem o jogador tinha contato
ele tentava extrair
o que ela tinha de melhor para oferecer.

Antigos amigos
pareciam outras pessoas,
novas pessoas para o jogador.
Ele agora podia ver além das aparências
e além do que ele achava que sabia sobre elas.

No mundo do poker,
a essa habilidade
se dá o nome de "leitura".

"Ler" uma pessoa
é saber quais cartas ela tem na mão
e qual será seu próximo movimento.

Habilidade bem maquiavélica,
assim como a maioria das habilidades
para se dar bem no poker.

Sorte nossa que o jogador
tem bom coração.

Outra grande lição
que foi passada ao jogador é
o modo como ele lida com as situações
e com o jogo como um todo.

Ele não mais se pergunta:
"o que devo fazer nessa situação?"
Essa pergunta é incorreta, não tem resposta.
A pergunta correta, que atualmente o jogador faz a si mesmo é:
"o que devo levar em conta, ao tomar essa decisão?"

As perguntas parecem equivalentes,
mas a diferença entre elas
determina quem vence no poker.

O jogador se encontra em um rítmo frenético,
tudo é um jogo,
tudo é um esquema de alguém contra o jogador.

A TV é uma tentativa de tirar a opinião das pessoas.
A internet só mostra notícias que lhe são convenientes.
O rádio pode falar só o que a maioria pensa que gostaria de ouvir.
Todos são maus e só falam o que nos faz fazer
suas próprias vontades egoístas,
a menos que se prove o contrário sobre eles.

É uma guerra
constante
e contra tudo
e contra todos,
contra si mesmo.

Não há paz para o jogador,
não há canção de ninar que o faça dormir
não historia que o faça sonhar.

Não há nada,
além de suas armas empunhadas
e sua vontade de viver.

Na humilde opinião do narrador,
existem aliados ocultos
que o jogador opta por não ver.
Pelo menos não na hora de seu jogo.
Isso o tornaria vulnerável.

Poker parte 1 - Visão

Simplesmente genial!

A vida cotidiana e corporativa
foi traduzida para um jogo de cartas e fichas.

Com regras relativamente simples,
que podem ser aprendidas em minutos!

Assim como a vida,
é muito simples à primeira vista.
Simples aos olhos de quem não enxerga.

A vida mostra claramente quem não a enxerga como deveria,
assim como o jogo.
Quem não enxerga,
confia na sorte.
Está à mercê de forças alheias
à sua vontade.

Está sujeito à decepções,
à frustrações,
à derrota lamentável.

Por outro lado,
assim como na vida,
quem enxerga tem larga vantagem
pois não depende da sorte para chegar onde quer,
ou ao menos para não perder o que foi conquistado.

Nesse jogo
(e consequentemente na vida)
vence quem tem maior expectativa de vitória
e maior taxa horária de lucro.

Isso quer dizer
que não importa
quantas vitórias ou derrotas individuais
cada jogador teve.
E sim quem obteve o maior desempenho
ao longo do jogo todo.

Quem não enxerga
se deixa levar tanto pela vitória
quanto pela derrota.
E nunca olha para o jogo como um todo.

O jogo não tem apenas uma rodada,
assim como a vida não tem apenas uma noite.

O que realmente seleciona os melhores jogadores
e o que separa os amadores dos profissionais
é o autocontrole.

Sabendo que o jogo não é decidido em uma rodada
e nem um destino é traçado em um só momento.
Seria um absurdo, correr o risco de perder tudo,
olhando apenas a rodada atual
ou apenas a noite que está sendo vivida.

Faz sentido, não?
Acho que é mais que isso.
É óbvio.
E todos vem o óbvio.
mas é privilegiado quem pode enxergá-lo de fato.

Outro fato óbivo que poucos enxergam:
não podemos controlar a sorte,
nem os outros e
muito menos a situação em que vivemos.
Mas podemos controlar a nós mesmos,
frieza, autocontrole, pensamento rápido
e "pegada" ou "feeling"
são essenciais para quem quer "go pro".

É basicamente assim que funciona o jogo
e uma pequena parte da vida.

Maiores detalhes no próximo post.

PS: o jogo chama-se POKER.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"Malandragem"

Existem coisas na vida,
que não podemos ir contra.
Não podemos negá-las ou destruí-las.

Na maioria das situações,
tudo o que podemos fazer
é alterar a direção das coisas.

É como se eu,
um cara magrelo e fracote,
tentasse parar um búfalo,
gigante e enfurecido,
vindo a toda velocidade
em minha direção.

Não posso pará-lo,
mas posso fazê-lo correr
numa direção que me seja conveniente.

Como para um lago profundo,
um buraco ou
uma armadilha armada.

Basta correr nessa direção
e o animal me seguirá.

O mesmo podemos fazer com as idéias.

Ninguém abrirá mão de suas crenças,
a princípio.

O que podemos fazer
é oferecer escolhas,
novos caminhos a seguir,
novas idéias a pensar,
novas crenças a aceitar.

É de nossa vontade
e responsabilidade,
onde essas escolhas
levarão nossos "seguidores".

Podemos direcionar seu pensamento
de forma a dar a oportunidade de evoluir
ou a dar a chance de errar.
Sendo esse erro o nosso lucro.

A escolha entre
caminhar ao lado dos outros
ou fazê-los caminhar para nós
é muito pessoal
e está sujeita a alterações
por motivos diversos.

Ponto de vista

O entendimento da vida
definitivamente depende do ponto de vista.

Na escala humana,
podemos estudar e compreender
fenomenos físicos, químicos, biológicos,
sociais, econômicos, políticos
e por ai vai.

Mas quando olhamos algo em detalhe,
com a ajuda de um microscópio por exemplo.
Enxergamos o mundo de uma maneira completamente
diferente.

Já olhou para uma formiga
em um microscópio eletrônico?
Parece ficção científica,
algo de outro mundo.

Agora, quando se olha mais de perto.
Podemos enxergar células,
moléculas, átomos, prótons,
nêutrons, elétrons, quarks.

Quanto mais se amplia um objeto sólido,
mais se percebe que ele nada passa de um vazio.

Passamos a ver algo sólido
como um amontoado de moléculas,
que são formadas por átomos,
que na verdade são prótons e neutrons unidos
em um núcleo.
E esses núcleos estão a uma distância gigantesca
uns dos outros (para essa escala, obviamente).

E quando vemos as partículas do núcleo,
que na verdade são junções de outras particulas
centenas de milhares de vezes menores,
e que estão a uma distância colossal umas das outras.

E assim sucessivamente,
até que cheguemos ao limite
onde o comprimento não faz mais sentido físico.

Percebe-se
que existe sempre um grande abismo
quando passamos de um degrau a outro dessa escada.
Sendo a esmagadora maioria do espaço ocupado por algo
simplesmente vácuo, absolutamente nada, nenhuma matéria.

Assim a vida parece não fazer sentido,
já somos apenas um amontoado de nada.

O mesmo acontece no sentido oposto do zoom.

Quando passamos para a escala astronômica,
percebemos que os planetas,
as estrelas, as galáxias,
o universo, tudo é muito maior
do que nossos minúsculos corpos.

Somos nada mais que baratas,
primatas bípedes que acham que podem
realmente entender o universo todo.

A vida também pode perder o sentido
quando a câmera aponta em outra direção,
que não a do universo físico.

Ela pode apontar para o universo
dos sentimentos, das emoções,
ou para outros ainda
que nem sei descrever.

Perder o foco da vida
realmente é muito fácil.
Difícil é resistir,
e não focar algo intangível.

Estou viajando por todos esses universos,
aparentemente estou aprendendo bastante.
Mas como se diz por ai:
a vida não é só o que se aprende,
é o que foi aprendido posto em prática.

Aprendi
que nós,
as baratas,
as maiores estrelas,
tudo
na verdade é uma coisa só.
Somos todos formados pelas mesmas partículas.

E o que realmente dita as regras,
pelomenos no mundo que nos é tangível
é como a mente interpreta esses fragmentos de vazio.

Nada é vazio para a mente,
nada é igual para a mente,
para a mente somos mais do que vazio.

Mas a mente tem o vício
de mentir para si mesma.

E é ai que o conhecimento
será posto em prática.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Problemas

Realmente,
temos uma visão além do alcance.

Podemos enxergar coisas
que os outros não podem.

Nossa visão é tão traiçoeira,
que essas coisas que enxergamos
nos parecem malignas.

Essas coisas que enxergamos,
nada mais são do que obstáculos.
Criados pelo nosso cérebro brincalhão.

Como pode?
A mente humana.
Uma entidade tão poderosa,
que mudou para sempre o mundo,
que é nossa principal ferramenta
para viver a vida.
Criar seus próprios obstáculos?

Isso ao menos faz sentido?

Seria um artifício?
Para que a mente possa sempre se superar.

Seria uma ilusão?
Criada pela mente
para que possamos encarar as situações
de outra maneira.

Seria Homo homini lupus
aplicado a nós,
em relação a nós mesmos?

De fato,
não serei eu
que descobrirei
de que se trata.

Mas posso ao menos opinar,
acho que depende.

Depende do ponto de vista,
da situação,
do momento,
das pessoas
e de tantas variáveis
quanto se queira.

O que sei,
ou pelomenos acho que sei
é que agora
tenho a opção de enxergar
ou ocultar esses obstáculos.

A relevância dessas criações da mente
está em minhas mãos, finalmente.

Meus grilhões foram rompidos,
minha cela foi aberta.

A mente superou a matéria,
e eu superei a mente.

Me sinto, quase, Livre.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Segredo

Acho que descobri o segredo.

Com certeza não sou o primeiro a perceber esse truque,
mas é legal descobrir a mágica
sem a ajuda do ilusionista.

Para conseguir entrar numa mente,
você precisa passar pela porta da frente.
Ou seja, você precisa da permissão do dono da casa.

Mentes ainda não podem ser hackeadas,
então deve-se entrar com um disfarce.

Para que alguém abra a porta,
a campainha deve ser tocada.
Algo deve chamar a atenção do morador.

Mas se ele perceber que são simplesmente crianças baderneiras
tocando a campainha e correndo
ele nunca vai deixar a porta aberta.

O que é preciso fazer
é prender a atenção do cidadão.
Deve-se mostrar-lhe algo novo,
algo surpreendente.

Não precisa ser algo útil
ou algo que ajude de fato o morador.
Deve ser apenas surpreendente.

Com a atenção do morador em mãos,
pode-se adicionar novas informações.
Pode-se plantar uma semente
em seu solo psicológico.

O que crescerá dessa semente
cabe à quem plantou.

Cada semente
dará origem a um pensamento.
Esse pensamento pode condizer com a realidade
ou não.

Dependendo da profundidade em que a semente foi plantada,
pode-se mudar a vida desse morador
da maneira que se bem entende.

Pode-se fazê-lo virar um curioso,
um pensador, um cientista,
um escritor, um engenheiro,
um médico, um criminoso
ou até mesmo um semeador.

Mas a alternativa tida como mais interessante
pela maioria dos semeadores é
fazê-lo virar um submisso,
um servo, um escravo.

Mas os semeadores
não são mais como seus antepassados.
Agora possuem tecnologia.
Portam máquinas que podem semear muito mais rápido
do que suas próprias mãos.

Controlar a massa realmente ficou muito mais fácil.
Basta criar um problema para eles
e em seguida fornecer a solução.

Sem esquecer de informar que
os únicos que podem oferece-la
são os semeadores.

PS:é saudável usar sua própria razão como filtro para essas sementes.
Conteste toda e qualquer nova informação a que for exposto
antes de aceitá-la como verdadeira.

Receita de bolo

Como fazer um texto caseiro.

Ingredientes:

observação;
cognição;
raciocínio;
paciência;
interligações;
palavras;
lápis;
papel.

Modo de preparo:

Primeiro, numa vasilha
coloque 1/2 xícara de observação.

Depois adicione 3 colheres de sopa de cognição
e misture bem.

Agora adicione raciocínio à gosto.
Em seguida misture tudo,
até que a massa se torne consistente.

Dê algumas pitadas de paciência,
para que a massa possa crescer.

Depois disso coloque numa vasilha craniana
e leve ao forno.
Retire quando a massa terminar de crescer
e as interligações tiverem sido formadas.

Apoie a massa sobre a pia
e fatie até o tamanho aproximado de palavras.

Com a ajuda de um lápis
retire as palavras da pia
e as sirva no papel.

Bom apetite!

Brainstorming

De onde vem esse toró de idéias?

Seria causado pelo relevo do nosso planeta?

Montanhas, chapadas, depressões,
todas podem afetar o clima em suas proximidades.

O vento, a chuva e até a neve
são afetados por essas formas de relevo,
por essas extensões do mundo.

Mas apesar do relevo ter sua importância
no que se diz respeito ao clima,
seria esse a causa primária das tempestades?

A resposta já sabemos desde pequenos.
Não, os oceanos são os grandes responsáveis.

Sem o vapor d'água fornecido por sua imensidão,
as grandes tempestades seriam raríssimas
e a vida terrestre seria inviabilizada.

Claro que a ajuda do Sol é imprescindível para esse fenômeno.
Mas para compreender esse fenômeno com mais detalhes,
deveríamos olhar mais de perto os oceanos.

Mas sempre com cautela,
não podemos respirar abaixo da superfície.
Mas temos acesso à tecnologia
que nos permite sobreviver nesse ambiente hostil.

Então, por que não usá-la?

Fomos mais vezes à lua
do que a esse ambiente,
que é a origem das tempestades
que tanto afetam nossas vidas.

É a origem de tempestades que inundam nossas casas
e lavam nossas almas.

Nesse momento estou construindo meu pequeno barco
para poder estar mais perto da imensidão azul.

Ele está quase pronto,
faltam apenas alguns detalhes
e a minha roupa de mergulho,
sem esquecer de muitos cilindros de ar comprimido.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Diálogo no Labirinto

Engraçado.
Procurando a verdade incansavelmente
descobri que ela realmente não pode ser atingida.

Já faz algum tempo que descobri isso.
Mas foi agora que fui modelar meu estilo de vida,
tomando isso como base, como hipótese.

Exatamente isso, hipótese.
Levante hipóteses
sobre tudo, sobre todos, sobre mim,
sobre você.

A grande maioria dessas hipóteses
(provavelmente) será falsa.
E agora você (provavelmente) se questiona:
Por que levantar hipóteses falsas? Onde isso pode me levar?

Essas hipóteses iluminam nosso caminho,
mostram quais portas podemos entrar.
Quanto mais hipóteses, mais caminhos a seguir,
mais portas a serem abertas.

(Provavelmente) você contesta e diz:
E dai? Por que quero ter infinitos caminhos à minha escolha?
Se nem sei onde cada um pode me levar
e sei que a maioria deles não me levará a lugar nenhum.

Todos os caminhos, todas as portas,
necessariamente levam a algum lugar.
Caso contrário nem existiriam.

A verdadeira questão (provavelmente) é:
qual caminho, ou qual porta, nos leva onde queremos ir?
Qual dos caminhos, qual das portas, nos leva para o sucesso?
Como posso saber qual caminho me leva para um futuro melhor?
Como posso descobrir em qual das portas está o prêmio?

A resposta:
Não sei.
(Muito) provavelmente ninguém sabe.

Se todos soubéssemos,
a vida não precisaria ser mais vivida.
Seria simplesmente um roteiro a ser seguido,
sem grandes acontecimentos, sem grandes mudanças,
sem epifanias, sem evolução.

Agora você (provavelmente) me diria:
OK, não me importo que a vida seja apenas um roteiro,
gostaria apenas que ela me levasse ao sucesso.
Quero me dar bem na vida.

Esse (muitíssimo) provavelmente foi o seu maior erro.
Sua existência nesse minuto não fez sentido.
Ela serviu apenas como apêndice para outra existência.
A existência de quem te privou do seu maior poder.
Você acaba de abdicar do maior poder de um ser humano: o poder de escolha.

Depois de pensar tanto sobre tantas coisas,
acabei percebendo que (muito) provavelmente
esse é o nosso poder, é o que faz com que sejamos o que somos,
é o que nos diferencia das outras espécies,
é o que nos faz humanos.

Já que na vida (provavelmente) temos o direito de errar,
nada mais sensato do que termos o direito seguir qualquer caminho,
de abrir qualquer porta.

E (provavelmente) nada mais generoso e gratificante
do que ajudar na escolha do caminho, da porta certa.
(Provavelmente) nada mais confortante
do que poder contar com alguém para te ajudar
a fazer a melhor escolha,
a te alertar sobre as consequências de cada escolha
ou mesmo para te consolar
depois de uma escolha errada.

Agora você,
(provavelmente) ainda desconfortável com as respostas anteriores,
me questiona:
E se eu abrir uma porta errada?
E se o caminho errado que eu tomei não tiver mais volta?
E se para onde essas escolhas estiverem me levando
não haver alguém em que possa confiar?

Primeiramente,
as escolhas erradas são as mais esclarecedoras.
Você (provavelmente) nunca mudaria, se tudo desse certo,
se tudo ocorresse como o planejado.

Com uma escolha errada você pode:
nunca mais cometer o mesmo erro, não fazer mais essa escolha.
Mostrar aos outros que aquela escolha não deve ser feita.
Essa escolha pode fazer você pensar sobre as outras escolhas,
já tomadas e a serem tomadas.
Você corre o risco de mudar seu modo de pensar,
de agir, de escolher. Pode mudar para melhor.

(Muito, mas muito mesmo) provavelmente
quem um dia acertou
errou muito
e teve a ajuda de quem também errou muito.

Você aparentemente confuso me diz:
Tá, mas e se as escolhas erradas me levarem a solidão?
Isso foi perguntado mas não foi respondido.

Graças à algumas escolhas erradas,
percebi que não estamos sozinhos.
Nunca estamos, sempre haverá alguém conosco.
Não somos seres que possam viver sozinhos.

Podemos estar longe de outras pessoas,
podemos estar nos sentindo sós,
podemos pensar que nunca ninguém nos fará companhia.
Mas somos todos um, apenas esquecemos disso.

Acho que o que realmente deve ser levado em conta
para classificar qualquer coisa
como boa ou ruim
é a sua influência sobre nossas escolhas.

Alguém pode errar na hora de nos aconselhar o caminho a ser seguido,
podemos errar também na hora de aconselhar alguém sobre qual porta deve ser aberta.
Mas quem realmente te prejudica,
é quem veta qualquer escolha
e não quem sugere a errada.

Amor de mãe

Uma dia uma mãe chamou pelo seu filho.
Mas não houve resposta.

Já tinha passado da hora do jantar,
a comida estava na mesa, esfriando.

A pobre mulher procurou por seu filho em toda parte,
na casa toda,
no quintal,
na rua.

Mas tudo o que a mãe pode encontrar
foi um bilhete deixado por seu filho
que dizia:

"Não posso ser feliz com uma mãe assim,
estou partindo para nunca mais voltar.
Vou morar com o meu pai,
gostaria muito que você não viesse atrás de mim."

Como era de se esperar,
a mãe ficou desesperada
sem saber o que fazer.

Como o seu próprio filho
que ela amou tanto,
que ela sempre protegeu
simplesmente foi embora
para nunca mais voltar?

A partir desse dia
essa mulher reconstruiu sua vida.
Procurando respostas,
a mãe começou a pensar.

Primeiro pensava no que havia feito para o filho,
depois a pensar no que havia feito aos outros.
E depois disso essa mulher largou mão da alienação de dona-de-casa
para poder pensar de fato, a pensar em tudo.

Pensava por pensar,
não precisava mais ter um motivo.
Ela até pensou que sua mente
a estava enganando, tudo para poder esquecer a perda do filho.

Mas graças à perda do seu querido filho,
a mulher mudou radicalmente.
Passou a tratar os outros com mais respeito.
Inclusive, passou a ser tratada com mais respeito pelos outros.
Tudo devido às suas novas idéias,
à nova mulher que havia nascido da tragédia.

Mas mãe é mãe.
Mesmo com todo esse avanço,
possível somente pela perda do filho.
A mãe nunca deixou de esperar pelo menino.
A porta de sua casa sempre esteve aberta
e o prato de comida do garoto é sempre servido no mesmo horário.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Addendum

Realmente somos limitados
por nossas próprias instituições.

Todas as grandes instituições estão falidas,
mas poucos sabem disso.

Esses poucos fazem questão de que a maioria
nunca saiba do quanto estão sendo limitados
pelas instituições já falidas.

Existem outros poucos
que descobriram toda a verdade.
Descobriram que as instituições realmente estão falidas.
Descobriram que elas não passam de dispositivos manipuladores
de uma engenhosidade tão grande
quanto a maldade de quem as utiliza.

Eles dizem que todos somos escravos
de quem tem o poder sobre essas instituições.
Dizem que somos tão submissos
quem nem percebemos que não somos livres.

Não temos o direito
de desenvolvermos nosso potencial,
de fazermos realmente o que nos dá prazer.
Temos que escolher fazer algo
que mantenha o sistema atual funcionando.
Caso contrário sofreremos as consequências.

Pelo menos é o que dizem.
Ninguém é obrigado a acreditar.
Nesse caso temos a escolha.

Confio nesses poucos.
Eles me ofereceram a escolha.
Algo de que fui privado toda a vida.
Algo de que todos somos privados a muito tempo.

Agora sonho com um mundo
onde todos possam viver.
Um futuro onde o sistema estimule a ajuda ao próximo.
Um lugar onde façamos algo que realmente nos satisfaça.
Onde poderemos usar todo o nosso potencial
em coisas que de fato levam ao progresso de nossa civilização.

O maquinário se encarregaria
de atividades repetitivas e monótonas.
Enquanto nós poderíamos nos ocupar com algo que nos agrade,
algo que nunca teríamos tempo de fazer hoje.

Poderíamos viver no mundo todo.
Ajudar o próximo seria vital para o funcionamento do sistema,
e não contraditório como atualmente.
Propriedade seria um fardo a ser carregado,
e não uma necessidade.
Respeitar os limites do planeta seria uma prioridade,
e não algo que vá contra o sistema.

A economia seria baseada em recursos,
e não em papel criado do nada.
Teríamos uma vida,
e não uma carreira.

Mas temos alguns problemas...

As instituições: Estado, Religião e sistema monetário.
Os manipuladores: os poucos que controlam bancos centrais e organismos financeiros internacionais, além dos líderes religiosos corruptos.

Mas nada que não possa ser superado...

O Sonho: http://www.thevenusproject.com/
O método de alcançá-lo: http://thezeitgeistmovement.com/

PS: uma grande continuação para um grande filme!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Music

Pretender,

call me Mr. Brightside.

Satisfação

A revolução dentro da minha mente
começa a mostrar sua força.

Hoje minha história foi reescrita.
Antigos inimigos se tornaram aliados.
Intolerância cedeu espaço para a Razão.

O cemitério de lembranças logo será um museu.
Poderá ser aberto ao público
sem que eu sofra ao ver quem me derrubou
andar ao meu lado, enquanto todos estiverem olhando.

Será um grande prazer
poder ver os outros aprenderem com meus erros,
quando esse museu for inaugurado.

Será uma felicidade indescritível
saber que abri os olhos de uma pessoa
da maneira como os meus foram abertos.

Nem que em toda a história do Museu
apenas uma pessoa tenha seus olhos abertos
nem que seja um completo estranho
que eu nunca mais veja na vida.
Tudo terá valido a pena.

Não ouso colar cartazes no Campus,
anunciando a grande inauguração.
Seria taxado de louco, perderia toda a credibilidade.

Todos devem saber da existência do Museu.
Mas devem procurá-lo pela própria vontade.
Devem estudar História,
para poder apreciá-la ao vivo.

Devo pensar em como preparar os futuros visitantes.
Devo fazer com que anseiem pelas respostas certas,
pelas respostas que estão atualmente enterradas no cemitério.

Não será nada fácil,
mas com certeza será uma grande
Satisfação.

Zeitgeist

Parte I:

Calúnia, mentira, manipulação.
Tudo isso usado a imagem de Messias solares.
Vidas tiradas em nome de um falso Deus, um Deus morto.
Massas escravizadas e submissas à pequenos grupos corruptos.

Satisfação, alívio, felicidade.
Há muito tempo há quem pensou no Sol da mesma maneira que penso hoje.
Que alívio, não estou completamente louco ainda,
minhas epifanias provavelmente não são mais máscaras.

Só preciso tomar cuidado para não exaltar o Sol em excesso.
Ele nos dá vida, carrega o mundo nos ombros.
Más é só uma massa gigantesca de gás, ele não é dono de nada.

Parte II:

Desconfiava, mas agora sei.
Todos somos enganados, todos os dias.
Somos capazes de matar para sustentar nossas mentiras.

O Governo mente!
Guerras alimentam a ganância dos poderosos.
Grande parte das guerras foram evitáveis!
Milhões morreram para que os lucros pudessem ser maiores,
para que os impérios fossem ampliados.

Apesar da notícia ser esperada.
A surpresa é inevitável após os olhos presenciarem tamanha maldade.
Inacreditável como não percebemos que somos iguais.
Que não podemos viver sozinhos, que o próximo pode ser você.
Que todos nós somos um.

Parte III:

Banqueiros do c@r#lh0!
Já não basta a farra que eles fazem no Brasil.
Pensei que pudessem ter sucesso somente na terra da impunidade,
mas eles se mostraram mais poderosos que os imperialistas maldosos.

Podem fazer qualquer nação e todos os seus habitantes de reféns,
pode escravizá-los, os torna impotentes.
Interessante como por mágica meia dúzia de famílias podem controlar o mundo.

Essa realmente foi uma surpresa.
Todos sabemos que banqueiros são homens de poder
e que alguns já chegaram a manipular Estados.
Mas dominar completamente o mundo?
Não achei que isso fosse possível.


Conclusão: Para poder existir uma sociedade é preciso existir um inimigo.
É preciso dividir para conquistar, o medo é fundamental.
Quando o mundo faz questão de fechar os olhos,
o futuro está na mão dos que enxergam.

PS: É um dos melhores filmes que eu já vi!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

New kid

Nunca pensei em fazer um blog.

Mas ultimamente tenho escrito alguns textos

e pensei em compartilhar alguns pensamentos que tenho tido como verdade.

Espero que essa bobagem toda possa ser útil a alguém,

ou que pelomenos possa ser deixada de lado, sem ser apedrejada.

Os textos serão postados da maneira como foram escritos

e a data é o dia em que foram escritos.


Enjoy.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cortina, máscaras, caso encerrado

Mais uma epifania,
Mas ao contrário.
Não me esclarece,
Apenas me deixa um enigma.

Que só pode ser resolvido usando minha inteligência insuficiente,
Sem a ajuda das imagens guardadas
Nem dos fragmentos clonados.

Isso tudo que penso e sinto
É uma cortina que foi retirada?
Revelando a verdade nua e crua.
Ou é apenas uma máscara?
Que fiz questão que eu e os outros a usássemos
Para simplesmente me sentir mais confortável com a vida.

Pensando.

Caso a cortina fosse realmente retirada,
Minha mente raivosa com certeza a queimaria
E a jogaria suas cinzas no mar,
Destruindo qualquer evidência de sua existência.

Agora caso as máscaras fossem realmente distribuídas e vestidas,
Minha mente desesperada faria com que elas fossem irremovíveis e imperceptíveis,
Tornando impossível descobrir quem usa a máscara, e muito menos poder removê-la.

Pensando melhor.

Seria melhor viver no mundo real?
Onde se sente toda a dor
E não há nada que possa te aliviar do sofrimento.
Ou viver num mundo fantasioso?
Numa grande festa de máscaras
Onde tudo é agradável, todos sorriem e não existe sofrimento.

Pensando ainda melhor.

O estopim dessa bateria de epifanias foi um copo de leite derramado
E a avalanche que foi conseqüência, que destruiu muita coisa.

Nada dessa verdade poderia ter sido vista
Se não houvesse a avalanche, se o leite não fosse derramado.
Nem mesmo esse enigma teria existido.

Já tinha feito minha escolha antes,
Quando decidi aprender pelos erros dos outros.

Mas só percebi agora que só posso aprender no mundo real.
Só posso obter conhecimento útil a mim e aos outros nesse mundo.
Minhas máscaras só fazem sentido para mim, e só nesse momento.
A verdade, as imagens, os fragmentos clonados da gnose
Fazem sentido para todos, sempre.
É o que realmente ajuda a mim e a todos a seguir em frente.

Talvez nunca saiba o que realmente se passa,
Se trata-se da cortina ou das máscaras.
Mas sei que é nesse mundo que vivo

E que só posso crescer depois de um tombo
Seja meu, seja de outro.

“Nothing like a taste of a sweet decline.”

Case closed.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Epifania

Epifania.

Por que está tão freqüente na minha vida?
Será a minha mente tentando fugir dos problemas?
Será a minha mente buscando a verdade?
Entender como a vida funciona para poder tirar vantagem disso?

Será o leite derramado que me fez pensar tanto?
Será a gnose tomando o lugar da preguiça?

Ahh a preguiça não vai gostar nada disso,
Depois de tanto tempo tendo-me como fiel companheiro
Eu apareço com essa nova paixão.
Me apaixonei dias antes do casamento.

Só sei que poderia derramar um caminhão de leite para poder ter mais epifanias.
Alias, tive uma idéia melhor.
Milhões de litros de leite já foram derramados nesse mundo,
Toneladas de copos se tornaram cacos.

Grande parte desses incidentes foram registrados,
Basta agora procurar os fragmentos de imagem da gnose
E fazer um grande pôster,
Um outdoor,
Uma colcha de retalhos capaz de cobrir o mundo!

Ah sim, terei minha própria cópia da gnose
Meus pensamentos vão encontrar outras partículas pequenas e feias.
E assim poderei ter em minhas mãos um grande fragmento da gnose
Que deverá ser clonado em massa.

Ousada essa minha atitude
Um simples primata rosa, com pelos apenas na cabeça
Querer se tornar um íntimo da gnose.

Se tornar alguém que clona os fragmentos de gnose
Do leite derramado pelos outros.
Alguém que capaz de aprender pelos erros dos outros.

Alguém que pode ver através dos olhos de outra pessoa,
Pode ver tão claramente
que pode opinar sobre qual caminho aquela pessoa deve seguir.

Alguém que tenha a capacidade de nunca derramar o leite
E poder andar sobre os cacos cortantes do copo quebrado
Sem se machucar.

Alguém que possa fazer isso tão bem
Será de grande ajuda para as pessoas que não podem.

Esse alguém que almejo me tornar é chamado de
Sábio.

Arte

Por que existem idiotas que pintam quadros abstratos?
Por que existem imbecis que criam esculturas com lixo?
Por que excêntricos escrevem textos confusos e ambíguos?
Para que serve a arte? O que é a arte?

Epifania (compreensão súbita de grande verdade).
Sempre disseram que o que realmente importa numa obra de arte
É a mensagem que ela passa
O sentimento que ela representa
O pensamento que provocou a sua criação.

Só agora fui entender
Que nem tudo no universo pode ser descrito analiticamente.
Alias, é até possível, mas com certeza é impraticável.
Principalmente quando se trata da mente humana.

Só agora fui entender
Que um quadro abstrato é a maneira mais fácil de transmitir um sentimento.
Que uma escultura feia e estranha é capaz de transmitir uma mensagem
melhor do que qualquer corpo humano feito de mármore.
Que um texto confuso é a maneira mais fácil de demonstrar a confusão da mente.

Se os sentimentos, os pensamentos e a mente humana são tão complicados de decifrar,
Por que a arte (que é uma representação disso tudo) deve ser bonita e fácil de se entender?

Somente mentes muito brilhantes podem criar quebra-cabeças complexos
Usando pensamentos e sentimentos como matéria prima.

A obra prima é a prova de que uma mente teve o privilégio de ver a gnose como nenhuma outra antes.
E ainda teve a honra de poder mostrar como foi a sua visão.

Tudo que se precisa fazer é desvendar o enigma intrínseco à obra,
E assim teremos o privilégio de ter a epifania do gênio.

Monkeyman's bad luck

Hey you, monkeyman.

You got the feeling,
But you’re a monkey.

People can trust you,
But you’re a monkey.

You got the love,
But you’re a monkey.

You’d be a great man,
A man to be remembered,
A man with great achievements
And bigger ambitions.
But you’re a monkey already.

Nobody can leave that behind.
Nobody can look into the inside,
Without judging the outside first.

You could be a great worker,
Maybe an excellent manager,
Perhaps an outstanding director,
And who knows.
You could be the best president.
But you’ll always be a monkey.

It would be great if you teach us how to live,
How to look into the inside.

I almost forgot.
You’re a monkey,
You can’t teach men how to live.

You should be happy to have your banana everyday.
To be allowed to live in a zoo.
To be in a jail.

It’s a shame
A great man
Yet a monkey.

HAHA
This must be one of god’s pranks.

Happiness from below

Impressionante.

Toda a vida ouvimos que para sermos felizes
É preciso ter uma boa família,
Bons amigos,
Uma boa casa,
Um bom carro,
Uma boa esposa,
dinheiro,
Uma boa vida.

Mas é impressionante
Como isso é questionado
Toda vez que a felicidade vem de algo aparentemente corriqueiro, sem importância.
As vezes até de momentos ruins e de sofrimento.

Nenhuma tempestade dura para sempre.
Sempre o sol virá, mesmo que seja depois que a tempestade destrua tudo.
De vez em quando traz até um arco-íris.

Essa felicidade que vem de coisas ruins é especial.
Porque por pior que a situação seja,
Que por mais que nada pareça melhorar,
Que tudo pareça estar perdido para sempre,
Ela sempre mostra que tudo melhora.

Mesmo sabendo que nada será como antes,
Que as coisas perdidas nunca mais serão recuperadas.
Com ela,
Você sabe que está mais forte
Sabe que o que te deixou triste não é mais assustador.
Sabe que tudo o que foi perdido
se tornará boas memórias, que devem ser guardadas com carinho.
E ainda, te dá forças para tirar as próximas pedras do caminho.

A sensação que essa felicidade traz
Com certeza é melhor do que outros momentos felizes
É um dos raros momentos de grande progresso, grande evolução.

Melhor que isso
Só a sensação de transmitir essa lição aos outros.
De sentir que temos o poder de evoluir
E fazer com que os outros evoluam junto.

Cresci mais graças ao leite derramado
Do que ao leite materno.

Gnose clonada

Acabei de ter um momento epifânico.
Percebi o que somos.
Acho que entendi uma fração minúscula da vida.

Somos o que os outros nos fazem ser.
Somos o que aprendemos vivendo,
o que aprendemos assistindo os outros,
o que aprendemos sendo assistidos pelos outros.

O que me faz concluir que o pensamento é um só.
Só existe uma lógica.
Só existe uma verdade.

E todos podemos vê-la , a gnose.
Mas ela é tão grande, tão complexa
que nunca poderemos enxergá-la por inteiro.
É tão bela, que faz a vida valer a pena só pelo fato de nos sentirmos próximos a ela.

Nada pode focar essa imensidão desconhecida.
Nem nossos olhos,
Nem nossas lentes,
Nem nossos telescópios.

Só é possível compreender a gnose pela junção de nossas imagens.
Nossos pensamentos só começam a fazer sentido,
a se assemelhar à gnose,
quando pensamos algo que já foi pensado por alguém.

Nenhum homem pode mover uma montanha.
Um imenso número de homens pode mover uma montanha,
pode mudar o mundo,
pode destruí-lo.

Chegar a gnose sempre foi o maior sonho do homem.
Mas nem todos a chamam dessa maneira.
Homens de jaleco a chamam de ciência.
Homens das ocas a chamam de mãe.
Homens de terno a chamam de poder.
Homens amigos de Sofia a chamam de conhecimento.
Homens de fé a chamam de Deus.

Mas cada homem tem seus próprios planos para a gnose.
Os de jaleco anseiam por entendê-la,
os das ocas por protegê-la,
os de terno por empregá-la,
os amigos de Sofia por admirá-la,
os da igreja por proteção.

Somos pequenos fragmentos de incerteza
tentando chegar à gnose.
Somos tão espertos que a muito tempo
Temos a certeza de que nunca chegaremos à gnose.

Então a melhor solução é deixarmos de ser fragmentos de incerteza feios e simples
E nos tornarmos algo grande, complexo e belo.
Tão grande, complexo e belo quanto a gnose.

Queremos tanto essa união,
que ela já foi batizada milhões de vezes.
A chamam de equipe, time, parceria, empresa, Estado, fé, família, amizade, amor.

Até aqui,
meio caminho foi andado.
percebeu-se o que queremos,
e como faremos para chegar lá.
Agora só resta encontrar a melhor dentre as infinitas maneiras.


PS: Alguns dizem que Deus fez o homem do barro
à sua imagem e perfeição.
Refletindo sobre essa epifania,
não me sai da cabeça a pergunta.
“E se o homem criou, está criando ou criará Deus?”

sábado, 9 de janeiro de 2010

Um garoto que gostava de maionese

Um garoto.
Ele adorava maionese.
Era a parte favorita de seus lanches.
Um dia, percebeu que não podia mais montar lanches sem maionese.
Não tinha o gosto de antes, a maionese fazia o lanche muito melhor.
Ele sempre se conteve, para que a maionese não se tornasse um vício.

Tomou cuidado todos os dias,
sempre passava maionese em seus lanches com cautela
porque ele sempre soube que se a maionese ficasse muito tempo fora de seu pote
ela não poderia estar mais em seus lanches.
E a maionese se tornaria algo diferente daquilo que o garoto tanto gostava.
Se ele comesse um lanche com a maionese desse jeito, o garoto passaria muito mal
Por muito tempo.

Ah... mas um dia
O garoto no auge de sua imbecilidade,
Notou que o pote de vidro da maionese estava trincado.
Mas mesmo assim quis que ela estivesse em seus lanches.
A maionese, com medo, pulou para fora de seu pote trincado
Pensando que seria mais feliz no lanche do garoto.
E o garoto, com um egoísmo inacreditável,
Deixou que toda a maionese do pote fosse parar em seu lanche.

Mesmo sabendo que a maionese nunca mais seria aquela que ele gostava tanto,
E que passaria muito mal por ter tanta maionese em seu lanche.
As conseqüências desse dia ainda perturbam o garoto.
Sua mãe perguntava diariamente por que o garoto estava tão mal por um pote de maionese.
Ela o ofereceu um novo pote de maionese,
Grande e inquebrável.

O garoto recusou, disse que nunca mais poderia ver maionese na vida.
O garoto, agora um homem,
Passou a tomar muito mais cuidado com o que era importante para ele.
Agora ele prefere que as coisas importantes em sua vida sejam preservadas.
Prefere ver essas coisas importantes intocadas, ao invés de vê-las perdidas para sempre.

O homem ainda tem boas lembranças da infância.
Aqueles lanches deliciosos ainda o deixam com água na boca.
Sempre pensa em maionese nas refeições,
Mas gostaria muito de não pensar.
Porque sabe que nunca mais vai existir uma maionese igual a aquela de sua infância.

O Assassino de um moribundo

Qual é o sentimento de matar uma pessoa?
Mesmo que não seja com intenção
Mesmo que para morrer, a pessoa só precise de um toque
Um toque que se torna a arma do crime
E transforma uma pessoa em um assassino cruel, desalmado.

Aos olhos de todos, o assassino precisa ter o que merece:
Solidão, esquecimento, morte.
Nada de compaixão, nada de compreensão.
Nada pode ser feito para desfazer o crime,
é inaceitável começar tudo do zero.
Reconstruir algo construído por todos
e destruído apenas pelo criminoso.

Um atalho precisa ser tomado,
ninguém deve sofrer por algo que não fez.
Não se pode saber o que se passa na mente do criminoso.
E se ele nunca falar a verdade?
E se ele nunca foi o que pareceu ser?
E se ele cometer outros crimes?
As pessoas têm o direito de viverem suas vidas em paz,
sem essas malditas almas maldosas.

Não há salvação para o assassino.
Ele matou uma pessoa, não importa o que se passou ou o que se passa em sua mente
O que está feito, está feito.
A pessoa está morta, e todos lamentam sua morte.
O assassino não merece a liberdade,
não merece ser compreendido, não merece nada.
Já que nada que ele faça pode trazer a pessoa morta de volta.

O que resta ao assassino é cumprir a sua pena.
Em silêncio, carregando esse fardo pesado para sempre.
Uma ótima idéia para tortura:
Fazer uma pessoa matar alguém importante para ela.
O assassino não se sente mais do direito de ser feliz,
de sorrir, de falar, de ser livre, de viver.
Faz o assassino pensar que nunca fez algo bom por ninguém, nunca.
E ainda dá a ele a certeza de que ninguém nunca o tirará dessa prisão,
de que ninguém nunca o ajudará a carregar esse fardo crescente.

Mas todos devem comemorar,
As autoridades já tomaram as medidas necessárias.
O assassino já cumpre pena, e todos têm a certeza de que ele carregará o fardo sozinho.

Os civis nem têm conhecimento desse fardo, e nunca terão.
Todos podem viver em paz
agora que o assassino está fadado ao esquecimento.

O Coveiro

Ahh
Um primeiro post, e provavelmente o último.
Pra um blog que não existe, e provavelmente nunca vai existir.
Porque sempre tranco meus problemas, minhas angústias na minha mente.
Longe do alcance de todos, só o tempo pode chegar a esse meu cemitério.

Sempre que chega alguma nova angústia chega a esse lugar
eu a acompanho,
em parte por bons modos,
em parte por vontade de visitar o que jaz lá há muito tempo.
Sempre levando flores que me são entregues pelo tempo,
o único capaz de manter todos em paz nesse cemitério, para sempre.

Mas a nova “inquilina” desse lugar,
tão soberba, me faz uma exigência.
Diz que não me deixará descansar, não me dará trégua
a menos que o que ela representa seja traduzido em palavras.

Nunca dou ouvidos a essas inquilinas folgadas.
Sempre as enterro no meu cemitério,
com ou sem a ajuda do tempo.

Mas essa,
essa nova é diferente de tudo.
É algo que precisa mais do que a minha singela força de vontade,
mesmo que tenha ajuda do bom e velho tempo, o melhor coveiro.

Escrever é algo que eu jamais pensaria em fazer para aliviar a dor
ou para ajudar a mim e ao tempo nesse duro trabalho de coveiro.
Aprendi a pouco tempo.
Com quem me ensinou muito, em muito pouco tempo,
me ensinou a pensar, a viver.

Mas vamos a o que interessa.
O motivo dessa minha atitude atípica:

Arrependimento

Que , diga-se de passagem, já é velho conhecido de todos nós, humanos.
A mim parece um grande acidente, uma fatalidade, uma batida de carro,
a queda de uma ponte, o deslizamento de terra
A avalanche.

Que destrói tudo em seu caminho.
Como se não fosse nada, como se nunca estivesse ali, como se não fosse importante,
como se não representasse nada para ninguém.

Sempre começa com algo bobo, idiota, banal, corriqueiro
(eventos insignificantes à primeira vista).
Mas como uma avalanche (mortal e invisível),
Torna-se algo que muda a vida das pessoas em segundos, para sempre
E na maioria das vezes essas pessoas são importantes para nós.
Aliás, se não fossem, por que nos arrependeríamos?

O pior de tudo, é que ninguém pode ver essa avalanche a tempo de nos salvar.
Só sabemos que ela existiu quando tudo já foi destruído.
Carregar esse fardo sem compartilhar a dor com quem confiamos se torna um desafio.

Ahh esse leite.
Por que foi derramado?
Como um alimento tão importante se tornou algo a ser desprezado, isolado, “limpo”?

Porque o copo que o mantinha são e salvo se tornou um monte de cacos?
Lâminas impiedosas que machucam a nós e a quem amamos.

Bom, manter essas perguntas em mente é tão útil quanto tentar mudar o passado,
reverter a avalanche, ao invés de tentar consertá-la.
Seria como lamentar a morte de pessoas queridas, vítimas da avalanche,
enquanto os sobreviventes ainda gritam por socorro.

Mas apesar de tudo, somos humanos.
E antes de perder o direito de errar,
seria melhor perder o direito de viver.

Com esse erro vem a lição já aprendida por outros
“Breve é a loucura, longo o arrependimento.” (Friedrich Schiller)


(Agora mais um desabafo, completamente fútil e dispensável para todos,
mas me ajuda com a tarefa de coveiro)


É engraçado como pensamos que sofremos sozinhos.
Que o pior sofrimento do mundo é o nosso.
Que é uma falta de respeito o mundo girar
enquanto estamos tão mal, sem defesa, aflitos.

Como ousa o sol nascer, fazer um lindo dia,
enquanto a tempestade ácida e silenciosa consome nossa mente,
destruindo nossa vontade, acabando com nossa fome, nosso sono.

Ele nasce para mostrar o seu tamanho, o seu poder.
Nasce para mostrar que somos pequenos de mais para ter um sofrimento tão grande.
Mostra que o peso do mundo deve estar sobre os ombros dele,
e não sobre os nossos.

Ele também nos mostra que estamos falhando na nossa única missão.
Que é viver, desperdiçamos o precioso tempo de nossas vidas efêmeras
simplesmente porque estamos tristes, aflitos, inseguros, com medo.

E é assim que o sol, a avalanche e o tempo
ajudaram-me a levantar, depois de uma queda
que aparentemente iria me impedir de andar novamente.
Ajudaram-me a conter essa fera, essa angústia sem igual
que com minha pá e minha pouca inteligência não poderia domar.

Now I thank you, spilled milk
For teaching me how to live, again.

Please remember,
It’s hard to forget the past (I wish I had a brainwasher)
It’s impossible to change it.
And that makes overcoming it look easy.