segunda-feira, 5 de abril de 2010

Vazio, tudo igual

Fraco demais para pensar.
Fraco demais para questionar.
Um mero lampejo de pensamento
paralisa qualquer tentativa de progresso.

Mesmos pensamentos
se passando e repassando
pela mesma caixa craniana oca.

Mesma praia.
Cada grão de areia exatamente no mesmo lugar de antes, intocados.
Nenhuma brisa foi registrada nos últimos tempos.
Nenhuma maré foi avistada desde que o silêncio começou.
Nenhuma onda ousou agitar o mar calmo, quase morto.

Nada acontece, apenas se repete.
Nada novo, apenas o conhecido vazio mostra sua cara.

Por mais que cada dia seja um novo dia
o fim dele já está escrito.

Por mais que coisas inusitadas aconteçam,
as consequências são sempre as mesmas.

Por mais que estejam claras as condições de contorno
sempre me esbarro com o muro que conheço desde sempre.

Por mais que os limites impostos sejam bem conhecidos,
fico frustrado ao não conseguir atravessá-los.

Não há possibilidade que não tenha sido levada em conta,
não há consequência que não tenha sido mensurada,
não há nada que não tenha sido pensado e repensado
diversas vezes, consumindo vigorosamente meu sono,
meus sonhos, minha mente.

Objetivos são só futuras frustrações,
otimismo é um amplificador para a depressão,
esperanças são apenas lâminas a serem cravadas no peito.
Cada movimento dos ponteiros é um pedaço da vida
que se esvai.

O fim disso seria apenas um alívio na hora certa.

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