quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ponto de vista

O entendimento da vida
definitivamente depende do ponto de vista.

Na escala humana,
podemos estudar e compreender
fenomenos físicos, químicos, biológicos,
sociais, econômicos, políticos
e por ai vai.

Mas quando olhamos algo em detalhe,
com a ajuda de um microscópio por exemplo.
Enxergamos o mundo de uma maneira completamente
diferente.

Já olhou para uma formiga
em um microscópio eletrônico?
Parece ficção científica,
algo de outro mundo.

Agora, quando se olha mais de perto.
Podemos enxergar células,
moléculas, átomos, prótons,
nêutrons, elétrons, quarks.

Quanto mais se amplia um objeto sólido,
mais se percebe que ele nada passa de um vazio.

Passamos a ver algo sólido
como um amontoado de moléculas,
que são formadas por átomos,
que na verdade são prótons e neutrons unidos
em um núcleo.
E esses núcleos estão a uma distância gigantesca
uns dos outros (para essa escala, obviamente).

E quando vemos as partículas do núcleo,
que na verdade são junções de outras particulas
centenas de milhares de vezes menores,
e que estão a uma distância colossal umas das outras.

E assim sucessivamente,
até que cheguemos ao limite
onde o comprimento não faz mais sentido físico.

Percebe-se
que existe sempre um grande abismo
quando passamos de um degrau a outro dessa escada.
Sendo a esmagadora maioria do espaço ocupado por algo
simplesmente vácuo, absolutamente nada, nenhuma matéria.

Assim a vida parece não fazer sentido,
já somos apenas um amontoado de nada.

O mesmo acontece no sentido oposto do zoom.

Quando passamos para a escala astronômica,
percebemos que os planetas,
as estrelas, as galáxias,
o universo, tudo é muito maior
do que nossos minúsculos corpos.

Somos nada mais que baratas,
primatas bípedes que acham que podem
realmente entender o universo todo.

A vida também pode perder o sentido
quando a câmera aponta em outra direção,
que não a do universo físico.

Ela pode apontar para o universo
dos sentimentos, das emoções,
ou para outros ainda
que nem sei descrever.

Perder o foco da vida
realmente é muito fácil.
Difícil é resistir,
e não focar algo intangível.

Estou viajando por todos esses universos,
aparentemente estou aprendendo bastante.
Mas como se diz por ai:
a vida não é só o que se aprende,
é o que foi aprendido posto em prática.

Aprendi
que nós,
as baratas,
as maiores estrelas,
tudo
na verdade é uma coisa só.
Somos todos formados pelas mesmas partículas.

E o que realmente dita as regras,
pelomenos no mundo que nos é tangível
é como a mente interpreta esses fragmentos de vazio.

Nada é vazio para a mente,
nada é igual para a mente,
para a mente somos mais do que vazio.

Mas a mente tem o vício
de mentir para si mesma.

E é ai que o conhecimento
será posto em prática.

Um comentário:

  1. Não sei se é um comentári construtivo, mas uma vez eu pensei que há muita semelhança entre um átomo e o sistema solar, e uma galáxia, entre organelas de uma célula e indivíduos de uma civilização.... muitas semenlhanças, não acredito no acaso

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