terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Cortina, máscaras, caso encerrado

Mais uma epifania,
Mas ao contrário.
Não me esclarece,
Apenas me deixa um enigma.

Que só pode ser resolvido usando minha inteligência insuficiente,
Sem a ajuda das imagens guardadas
Nem dos fragmentos clonados.

Isso tudo que penso e sinto
É uma cortina que foi retirada?
Revelando a verdade nua e crua.
Ou é apenas uma máscara?
Que fiz questão que eu e os outros a usássemos
Para simplesmente me sentir mais confortável com a vida.

Pensando.

Caso a cortina fosse realmente retirada,
Minha mente raivosa com certeza a queimaria
E a jogaria suas cinzas no mar,
Destruindo qualquer evidência de sua existência.

Agora caso as máscaras fossem realmente distribuídas e vestidas,
Minha mente desesperada faria com que elas fossem irremovíveis e imperceptíveis,
Tornando impossível descobrir quem usa a máscara, e muito menos poder removê-la.

Pensando melhor.

Seria melhor viver no mundo real?
Onde se sente toda a dor
E não há nada que possa te aliviar do sofrimento.
Ou viver num mundo fantasioso?
Numa grande festa de máscaras
Onde tudo é agradável, todos sorriem e não existe sofrimento.

Pensando ainda melhor.

O estopim dessa bateria de epifanias foi um copo de leite derramado
E a avalanche que foi conseqüência, que destruiu muita coisa.

Nada dessa verdade poderia ter sido vista
Se não houvesse a avalanche, se o leite não fosse derramado.
Nem mesmo esse enigma teria existido.

Já tinha feito minha escolha antes,
Quando decidi aprender pelos erros dos outros.

Mas só percebi agora que só posso aprender no mundo real.
Só posso obter conhecimento útil a mim e aos outros nesse mundo.
Minhas máscaras só fazem sentido para mim, e só nesse momento.
A verdade, as imagens, os fragmentos clonados da gnose
Fazem sentido para todos, sempre.
É o que realmente ajuda a mim e a todos a seguir em frente.

Talvez nunca saiba o que realmente se passa,
Se trata-se da cortina ou das máscaras.
Mas sei que é nesse mundo que vivo

E que só posso crescer depois de um tombo
Seja meu, seja de outro.

“Nothing like a taste of a sweet decline.”

Case closed.

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