sexta-feira, 21 de maio de 2010

Over and over again

Antes uma morte instantânea,
um corpo vaporizado em microssegundos
do que uma vida numa masmorra
fria e escura,
sem saída.

Canso de ouvir a mesma música
sem parar, toda hora.

Canso de olhar para sempre os mesmos quadros,
as mesmas faces de porcelana.

É como ficar preso em um museu sozinho.
Sabe-se exatamente onde cada quadro,
cada obra está. E não há nada que se possa fazer
para mudar o que aconteceu.

O que aconteceu sempre se repetirá,
todos os dias, toda hora.
É isso que é um museu,
sempre tudo igual.
Uma instituição de caráter permanente.

Ironicamente,
a solução para esse inconveniente
vem do passado,
de um passado tão ruim quanto esse museu-masmorra.

Uma simples pá,
para enterrar esta instituição falida.

Caso a instituição não possa ser enterrada,
ao menos posso ser enterrado,
nem que ainda esteja vivo.

Um comentário:

  1. Talvez não apenas uma pá,
    Mas uma bomba, um explosivo.
    Tem instituições que merecem ser destruidas,
    E não apenas enterradas....

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