domingo, 27 de junho de 2010

In between

Nem céu.
Nem inferno.
No meio,
sempre no meio.

Conversas com anjos,
apostas com demônios.
Mas mal visto por ambos.

Não ser bem-vindo no céu,
nem no inferno
é um incomodo.

Ficar vagando por todos os lugares
perguntando-se onde irá passar a noite
é um tormento.

Ser morto diversas vezes
e ainda ter que carregar os mesmos fardos,
ser iludido pelas mesmas esperanças,
voltar para o mesmo lugar de onde provém.
Isso é uma verdadeira tortura.

sábado, 12 de junho de 2010

Bipedia da ameba

Visão falha.
Vê o que não existe
e despreza o que está bem a sua frente.

Raciocínio ineficiente.
Não trabalha com causas e consequências,
rejeita o obvio,
intensifica os problemas que deveria solucionar.

Mente insana.
Faz com que alucinações se tornem realidade,
fantasmas se tornem pessoas,
esperanças se tornem o futuro.

Uma mente de invertebrado trajando um organismo humanóide.
Uma mente que escolhe não ser escolhida.
Escolhe viver sozinha no alto de uma montanha nevada,
"a procura de tudo o que é estranho e problemático na existência,
de tudo o que até agora foi banido pela moral".

Sobreviver a situações bélicas
e cair em clichês infantis.
Isso é o apogeu do ridículo.

Apesar de tudo,
a mente nunca é estática.

Sempre será possível o autoquestionamento
e a mudança será uma consequência inevitável.

Mas será a mudança uma evolução,
ou uma simples mutação?

Cabe a ela própria dar alguns passos para trás
e analisar os fatos vistos de cima.